Meu desejo são tentáculos retráteis
Que léguas se estendem ao tatear.
E em cujo desígnio os oráculos táteis
Revelam-se ao ensaiarem desgarrar.
São tentáculos dum Midas ao avesso,
Todo sólido em que toco desenrijeço.
Tudo que é de ouro, em líquido reles se verte,
Obra alquímica de quem com o vício se diverte.
Mas que não se engane iludido o incauto
Que desconhece a verdade da qual sou arauto:
É vil todo metal estático de energia contida
E nobre o torpor extático que excita a vida!
sábado, 19 de abril de 2008
quarta-feira, 16 de abril de 2008
Luto elaborado
Não espere jamais que eu te cobre o indulto,
Prostrado qual penitente perante a imagem.
É certeza quanto a mim que elabore o luto,
Bandeirante contemplando a nova paragem...
Um novo porvir que se estende a horizonte
Com verdes campos e possibilidades a brotar.
Onde antes se via aridez, agora nova fonte
Ensaia o entusiasmo de seus fluidos jorrar.
Prostrado qual penitente perante a imagem.
É certeza quanto a mim que elabore o luto,
Bandeirante contemplando a nova paragem...
Um novo porvir que se estende a horizonte
Com verdes campos e possibilidades a brotar.
Onde antes se via aridez, agora nova fonte
Ensaia o entusiasmo de seus fluidos jorrar.
terça-feira, 15 de abril de 2008
Pedido perdido
Léguas alhures se vai o tento...
A vida antes fluida, ora maciça.
Quando não desperdiço o tempo,
O tempo é que me desperdiça.
Mas aguardo ainda o pretenso dia
Em que transformarás o cenário,
Convertendo fastio em melodia,
Tempo, tempo, amigo imaginário.
Espero assim mesmo com fulgor iludido
De quem almeja tão cegamente o objeto
E quando acha que tem, ele já se há ido.
Constróis o eterno e inacabado projeto
Que em mim resume um renitente pedido:
Livra, oh tempo, esse teu amigo abjeto!
A vida antes fluida, ora maciça.
Quando não desperdiço o tempo,
O tempo é que me desperdiça.
Mas aguardo ainda o pretenso dia
Em que transformarás o cenário,
Convertendo fastio em melodia,
Tempo, tempo, amigo imaginário.
Espero assim mesmo com fulgor iludido
De quem almeja tão cegamente o objeto
E quando acha que tem, ele já se há ido.
Constróis o eterno e inacabado projeto
Que em mim resume um renitente pedido:
Livra, oh tempo, esse teu amigo abjeto!
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