quarta-feira, 29 de abril de 2009

Eucaristia

Como o parasita do hospedeiro
Aproveita-se para reproduzir,
O funesto lança olhar perdigueiro,
Alvejando o que lhe sorrir.

Com seu rancor torpe,
Pantomima de autoridade,
Contamina "urbe et orbe",
Maculando a ingenuidade.

Emulação do bem contra o mal,
Sua bendita pia batismal
Foi meu pecado original.
Minha redenção é o carnaval.

Na quaresma morre-se de saudade
Daquilo que todo dia se tem.
Sem profecia ou previsibilidade,
O prazer é o que descontém.

E, sem nenhuma assiduidade,
Dá o ar quando convém.
Eu não tenho felicidade,
A felicidade é que me tem.